sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Andando na Chuva

Essa semana choveu muito aqui no Rio Grande do Sul, mas especificamente em Campo Bom. Aproveitei este momento para colocar em teste a certificação IP56 (resistência à água) do meu Airwheel X8. 

Confesso que fiquei meio receoso, afinal havia adquirido ele há poucas semanas, não queria criar um problema no monociclo logo no início da minha experiência com ele. Mas como eu o comprei justamente para ir e voltar do trabalho, inclusive em dias de chuva, então cedo ou tarde o X8 teria que encarar o tempo fechado.

Minha primeira providência foi comprar uma roupa de chuva como esta abaixo. Você encontrar facilmente no Mercado Livre.

Link para comprar a roupa de chuva: 
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-705312218-capa-chuva-motoqueiro-jaqueta-c-touca-calca-_JM


Infelizmente essa roupa de chuva não cobre os pés, portanto ensaquei eles com sacos plásticos. Isso resolveu o problema dos pés.

Encarei logo de cara uma chuva intensa. Nessa situação ocorreram 2 problemas, que eu acredito serem contornáveis:

- Quando estava quase chegando no trabalho, tive que passar por uma poça de água, e ela era maior do que eu esperava. Sinceramente não sei se foi por causa disso, mas depois disso desliguei o X8 para acessar o pátio da empresa, e quando o liguei novamente ele ficou apitando (deu uma pane) e seu comportamento era como se estivesse desligado, o motor elétrico não funcionava. Fiquei apreensivo. Esperei alguns minutos e tentei ligá-lo novamente, aí o monociclo voltou a funcionar normalmente. Estranho, não? Realmente não sei o que aconteceu. Vou entrar em contato com a fabricante para ver se eles tem uma ideia do que pode ter acontecido. Pensei que poderia ter entrado em ação algum mecanismo de proteção por causa do excesso de água, mas que eu saiba não existe nenhum mecanismo destes nos monociclos elétricos.

- Outra coisa que aconteceu depois deste banho no monociclo foi que, mesmo com o aparelho desligado, a luz do botão power continuou ligada por 3 dias, porém depois deste período voltou a funcionar normalmente. 

Luz do botão liga/desliga seguiu ligada (mesmo com o aparelho desligado) por alguns dias.

Este problema com a luz do botão liga/desliga me pareceu claramente um problema de vedação do botão. Fiquei com a impressão de que entrou água por ali, o que pode ter gerado um curto-circuito temporário na luz (provavelmente um pequeno led) do botão. devido a isso, vou tentar fazer uma vedação extra para o botão, talvez fixar um plástico sobre a região onde ele fica, ou algo parecido.

Tirando estas duas situações, o X8 se comportou muito bem na chuva. A certificação IP56 que ele ostenta de fato é eficaz. Foi ótimo ter conseguido ir e voltar do trabalho com ele. A roupa de chuva se saiu muito bem também. A única parte do corpo que acabo molhando é o rosto, mas este é o menor dos problemas. Consigo carregar até mesmo a minha mochila sob esta roupa de chuva (comprei o modelo GG). Fico bem protegido mesmo.

Vale ressaltar que a roupa de chuva é feita de plástico, portanto ao colocá-la você vai sentir calor, pois ela retém o calor gerado pelo seu corpo. Então a dica que dou é: evite utilizar roupas pesadas sob esta proteção. 

Confesso que só estou tendo alegrias com este monociclo (Airwheel X8). Ele é mais leve do que o Q3, tem mais uma autonomia maior, para usuários experientes como eu é muito mais fácil e confortável de andar do que o Q3. Foi sem dúvida uma excelente aquisição. A única ressalva é a velocidade (atinge no máximo 17km/h), o que para mim é pouco. Poderia chegar aos 25km/h tranquilamente. Entrei em contato com um representante da Airwheel da China, e ele me disse que não é possível alterar esta limitação de velocidade, infelizmente.

Quaisquer dúvidas e comentários estou a disposição.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Monociclos x Autonomia

Meu Airwheel Q3 com seu pack de baterias de 132Wh

O monociclo elétrico ainda é encarado como um mero brinquedo pela maioria, porém alguns de nós (poucos, porém convictos) já adotaram o monociclo como um meio de transporte prático e eficiente para curtas distâncias. Considero adequado o uso diário do monociclo para distâncias entre 500 metros e 4 quilômetros (uso contínuo, sem paradas). Por quê deste range? Simples: menos de 500 metros eu ando a pé, mais de 4km é cansativo, os pés ficam doloridos e o corpo sente o cansaço de ficar tanto tempo em pé na mesma posição.

E a autonomia nessa história, onde fica? Por mais que usemos o monociclo em trajetos contínuos de no máximo 4km (em tese qualquer monociclo, por menos autonomia que tenha, consegue percorrer 4km), pode ser que durante o dia você tenha que se deslocar 3 ou 4 vezes por um um trajeto de 3 ou 4km, sem ter tempo de fazer a recarga na pausa entre estes deslocamentos. Dentro deste quadro, não é qualquer monociclo que vai suprir esta necessidade. 

A autonomia de um monociclo está diretamente ligada a capacidade da bateria (ao contrário de um celular que dependendo do tipo e qualidade de alguns componentes, consegue uma autonomia maior na comparação com outros aparelhos, mesmo com uma bateria inferior). Abaixo temos uma lista com os packs de bateria que normalmente equipam os monociclos vendidos, com exemplos de monociclos que as utilizam.

132Wh (Airwheel X3)
170Wh (Airwheel X8)
220Wh (Ninebot One C+, Super Wheel Two Dogs)
320Wh (Ninebot One E+)
340Wh (Airwheel Q3, este possui versões com packs de baterias menores também)


Pack de 132wh do meu Airwheel Q3.


Autonomia prometida pelo fabricante X realidade.

Se olharmos as especificações técnicas de um determinado monociclo (ex: Airwheel X8), veremos que, na teoria, o fabricante promete autonomia entre 17 e 23km. E na realidade?

O fabricante "calcula" a autonomia de seu aparelho nas seguintes condições: nada de vento, nada de rugosidade no terreno, nada de subidas, nada de descidas, usuário com peso de no máximo 65kg... enfim, convenhamos, jamais encontraremos estas condições em nosso dia a dia.

Portanto, ao comprar um monociclo, lembre-se que a autonomia prometida pelo fabricante, na prática com certeza não será entregue a você. Com a experiência que tenho com meu Airwheel Q3 (132wh) e agora com o Airwheel X8 (170wh), e considerando o uso destes no meu dia a dia, enfrentando todo o tipo de situação nos percursos e o meu peso corporal (70kg), posso garantir que:

- pack de baterias de 132wh: você pode contar com 6km de autonomia.
- pack de baterias de 170wh: você pode contar com 8km de autonomia.
- pack de baterias de 340wh: você pode contar com 16km de autonomia.
- pack de baterias de 680wh: você pode contar com 32km de autonomia.

EDITADO: um outro detalhe que influencia sensivelmente tanto no rendimento quanto na vida útil da bateria de lítio/íon: a temperatura ambiente. Este tipo de bateria precisa de uma temperatura ambiente acima de 15 graus célsius para que as reações químicas ocorram da melhor forma possível, gerando toda a energia possível de ser gerada. Em temperaturas muito baixas, o rendimento da bateria tende a diminuir. Como moro aqui no Rio Grande do Sul, onde o inverno é rigoroso, pude sentir essa baixa no rendimento na prática.
Em temperaturas muito altas, acima dos 40 graus célsius, o problema recai sobre a vida útil da bateria, que não se dá muito bem com temperaturas altas. Seus componentes se deterioram mais rapidamente e a vida útil tende a diminuir.

Lembrando que, ao contrário das fabricantes, essa avaliação que faço é pessimista, ou seja, a autonomia pode aumentar se você for mais leve que eu, se o seu trajeto diário for mais plano do do que o trajeto que eu enfrento, se você não enfrentar vento e terreno rugoso/acidentado.


Autonomia x vida útil da bateria

Considerando que as  baterias que equipam os monociclos são as de lítio/íon (são as melhores para este fim atualmente), você deve considerar que a vida útil de uma bateria deste tipo é de 300 a 500 ciclos (1 ciclo = 1 recarga completa). Não caia na conversa de algumas marcas de baterias duram 1000 ciclos, ou 1800 ciclos como já ouvi dizer por ai, isso é mentira argumento de marketing. 

Após 500 ciclos (na melhor das hipóteses), a bateria começa a degradar-se lentamente. Considere que, ao final de 1000 ciclos, sua bateria terá em torno da metade da capacidade que tinha originalmente. Mesmo que você deixe seu monociclo encostado por 2 anos, o monociclo terá sua autonomia reduzida. Estudos mostram que a bateria de lítio/íon tem uma taxa de perda de capacidade de 10% ao ano, quando guardada, sem uso. 

Se você utilizar o monociclo diariamente, de segunda a sexta, considerando que temos em torno de 255 dias úteis no ano, a bateria chegará ao final de 2 anos com 80% da capacidade original (lembre-se que existem os 10% ao ano de degradação natural da bateria, mesmo sem utilizá-la). A partir do 3 ano você terá uma redução maior da autonomia do seu monociclo. 

Dica importante para aumentar a vida útil da bateria do seu monociclo (isso serve para smartphones também):

- Faça a recarga antes de a bateria chegar ao fim, de preferência antes de chegar aos 40% de carga restante. Considerando que 1 ciclo = 1 recarga completa, se você carregar a bateria quando ela estiver nos 50% de carga, você terá gasto apenas meio ciclo. Além disso, estudos mostram que a vida útil da bateria  (número de ciclos antes da degradação) aumenta sensivelmente se você fizer a recarga antes de a bateria chegar ao fim.

Espero ter ajudado.

Abraços.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Monociclo Elétrico: roda dupla ou roda simples?

Há 8 meses tenho tido a experiência diária de andar com o monociclo Airwheel Q3 que, apesar de chamarem de monociclo, possui roda dupla. O principal apelo da roda dupla em um monociclo elétrico é a facilidade em manter o equilíbrio. Foi por isso que eu (acertadamente) escolhi o Airwheel Q3 ser meu primeiro monociclo elétrico. 

O tempo passou, a bateria do meu Q3 (comprei usado) foi se degradando, e tive que pensar em adquirir um novo monociclo. Existia a opção de adquiir um pack de bateria novo, porém o preço alto e a curiosidade de adquirir um monociclo de roda simples me fez optar por um novo. 

Chegou a hora de escolher um novo monociclo. Foi possível perceber que houve uma relativa baixa no preço dos monociclos nestes últimos 8 meses, especialmente os vendidos no mercadolivre. A tarefa então seria escolher qual monociclo comprar. No mercadolivre existem algumas opções marcas de monociclos de qualidade, como a Nineboot e a própria Airwheel, além de outros aparelhos sem marca (desaconselho estes). Também existe um representante da IPS no Brasil, mas ele vende apenas um modelo da marca, sendo que o preço não é muito convidativo.

Como eu uso o monociclo no meu dia a dia para trabalhar (3,5km para ir + 3,5km para voltar), precisaria de um aparelho que tivesse uma autonomia (falo de autonomia real) de mais de 10km, já considerando trechos com algum relevo. Nesse sentido, um monociclo com bateria de 170wh seria suficiente. Também queria um monociclo que tivesse uma velocidade um pouco maior que os 15km/h do meu Q3, que também fosse mais leve, e com um bom custo/benefício. Ah, precisaria ser resistente à água tambem.

Foi dificil conciliar estas características em um dos modelos a venda no Brasil. O melhor dentro destes quesitos foi o Airwheel X8. Este modelo deixa a desejar na questão da velocidade (vai no máximo até os 17km/h), mas atende muito bem todos os demais quesitos. 

Airwheel X8

  1. é 3kg mais leve que o Airwheel Q3. (pesa 11kg), portanto mais fácil de carregar
  2. tem uma roda aro 16, o que dá mais conforto e permite superar certos obstáculos com mais facilidade
  3. tem a autonomia que eu preciso (170wh de bateria), superando os 10km dentro do trajeto que eu percorro.
  4. o custo/benefício foi aceitável (R$ 1600,00 no mercadolivre)
  5. é resistente à água (certificação IP56).


Fiquei bem tentado em comprar um Ninebot C+, ou ainda importar um GotWay direto da china, mas achei que para o momento o Airwheel X8 supriria minhas necessidades.



Transição de roda dupla para roda simples.

Chegou o momento de saber como seria andar em um monociclo "de verdade". Não pense você que foi "a mesma coisa", ou foi fácil. Houve uma situação que me criou dificuldades no X8, que foi no momento da transição de terrenos (subir uma calçada, por exemplo), e andar em terrenos com inclinação lateral (a parte da rua próximo a calçada, por exemplo). Ao encarar estas situações com o Q3, é necessário permitir que o aparelho acompanhe a inclinação do terreno e às ondulações na mudança de terreno. Por exemplo, se você vai subir uma calçada utilizando o acesso de uma garagem (aquela "rampinha" por onde o carro acessa a calçada), se você subir na diagonal (não da forma reta como um carro), você vai ter que "ceder" seu ponto de equilíbrio ao monociclo, ou seja, o Q3 vai se inclinar para que as duas rodas tenham contato com o piso. Já com o X8 isso não acontece. Se você encarar uma oscilação de terreno lateralmente, você vai fazer isso absolutamente reto, mantendo seu equilíbrio totalmente na vertical, neste caso o monociclo, por ter uma roda só, vai manter-se alinhado na vertical com você (da mesma forma que uma bicicleta). Esse detalhe muda completamente a forma de utilizar o monociclo nestas situações. Levei 2 ou 3 dias para me sentir totalmente adaptado ao X8 nessas condições. Agora me sinto tranquilo para guiá-lo, sem problemas.

Outro problema da transição de um aparelho para outro é o momento de subir no monociclo. Ter o equilíbrio inicial no Q3 é muito mais fácil, sem falar que raramente eu precisava descer em caso de uma parada completa (num semáforo, por exemplo), pois é possível com um mínimo de equilíbrio ficar parado sobre ele. Já no X8 a coisa muda de figura. Descer e subir novamente se tornou algo mais rotineiro do que antigamente. Ainda estou me acostumando a isso.

No mais o X8 é só alegrias. Sua roda grande de aro 16 dá mais conforto ao andar, sinto muito menos as oscilações de terreno. A autonomia da bateria me permite ir e voltar do trabalho sem precisar recarregar, restando praticamente 1/3 de mesma (já descartando aqueles 15% reservados para a proteção da própria bateria). 

Para quem quer aprender a andar em um monociclo, sem dúvidas recomendo adquirir um modelo de roda dupla como o Airwheel Q3 ou o Q1 (mais barato). Para quem já sabe andar, os modelos de roda simples são muito mais interessantes, especialmente por seu peso reduzido, pelo conforto (são mais gostosos e suaves de andar por terem o atrito de apenas 1 pneu com o chão) e pelo ponto de equilíbrio mais parecido com o de uma bicicleta.

Espero mais uma vez ter ajudado àqueles que estão interessados em adquirir este veículo de transporte individual extremamente elegante e útil no dia a dia.