quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Dor nos pés ao andar de monociclo

Para quem utiliza o monociclo elétrico como meio de transporte como eu, é comum sentir uma certa dor na sola dos pés depois de certo tempo de uso. Isso se torna ainda mais perceptivo no início do aprendizado, pois existe um esforço maior em manter o equilíbrio, e este esforço extra sobrecarrega os pés e sua musculatura. 

Andar de monociclo é, na maior parte do tempo, um exercício isométrico. Você exerce a força de seus músculos, especialmente dos membros inferiores, de uma forma estática para buscar o equilíbrio. Ou seja, você fica com o corpo tensionado em boa parte do tempo, de forma consciente no início, e de forma inconsciente depois de ter mais equilíbrio. Essa tensão naturalmente vai afetar seus pés.

Além disso, considere que não é confortável ficar tanto tempo em pé. Quando estamos na fila de um banco ou de uma lotérica, não conseguimos ficar totalmente parados em pé na mesma posição, pois é desconfortável. Sobre o monociclo este desconforto bem na forma de dores na sola dos pés, que tem que ficar sobre os pedais, e estes pedais normalmente são menores que o seu pé (o calcanhar e os dedos dos pés, um pouco mais do que isso até, ficam de fora do pedal).

Para reduzir o desconforto, recomendo o seguinte:

- Utilize um tênis de solado alto e bem rígido e com amortecedores. O solado mais rígido vai fazer com que seu pé tenha uma superfície inteiriça para distribuir a força sem esta superfície ceder. Ou seja, você não vai sentir a limitação do tamanho do pedal do monociclo. O amortecedor do tênis tem a função óbvia de absorver os impactos das oscilações do terreno.
Tênis que normalmente utilizo para andar de monociclo.


- O monociclo, conforme chega perto de sua velocidade limite (17km/h) começa a inclinar  os pedais de forma a levantar a ponta de seus pés (o que causa desconforto), no intuito de fazê-lo reduzir a velocidade e manter-se dentro do limite dos 17km/h. Evite andar muito perto do limite de velocidade, ou seja, muito tempo com esta inclinação dos pedais. 

- Mantenha a postura ereta e os joelhos minimamente flexionados. A leve flexão dos joelhos (mínima coisa mesmo) auxilia na absorção das irregularidades do piso. Isso tira de seus pés a maior parte da tensão e também ajuda muito no equilíbrio.

Abraços.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Carregando o monociclo pra lá e pra cá...

Uma das tarefas mais ingratas do dono de um monociclo é ter que carregá-lo quando não se está andando nele. Exemplos: quando você tem que subir escadas, dentro de lojas ou em algum ambiente onde você não pode andar sobre ele, ou mesmo em curtas distâncias, onde não vale a pena andar nele.

Alguns monociclos (como este da foto abaixo) já vem com um suporte estilo mala de viagem para puxá-lo, eliminando a necessidade de carregá-lo na maioria das situações. Porém a maioria dos monociclos elétricos não tem uma solução incorporada a sua carcaça, mas alguns possuem acessórios a venda separadamente, que auxiliam o transporte do monociclo. É o caso dos monociclos da Airwheel (marca do meu monociclo, o X8). A empresa vende separadamente um puxador retrátil para seus monociclos. 
Exemplo de monociclo com um puxador já incorporado à sua carcaça, 
este inclusive com as rodinhas auxiliares, como nas malas de viagem.



No meu dia-a-dia com o meu X8, eu percebi duas situações incômodas:

- onde deixar o monociclo quando eu preciso ir ao banco? (complicado passar com um monociclo por aquela porta giratória cheias de sensores e detectores de metal).

- Como fazer para não precisar carregar o monociclo quando estou dentro do meu apartamento, dentro de uma loja ou outro estabelecimento que não permite o uso dele, ou mesmo quando vou percorrer uma curta distância em que não vale a pena andar no monociclo para percorrê-la?

Sobre o primeiro item, resolvi o problema comprando um cadeado em espiral de 1,50 metros da marca Elleven, que abre com uma chave (foto abaixo). É bem prático e não é pesado. Mantenho elo sempre fixado no monociclo, assim sempre que eu preciso posso utilizá-lo. No meu caso, a principal utilidade é quando vou às agências bancárias mesmo. Deixo o monociclo amarrado em algum poste na rua mesmo, ou na sessão dos caixas eletrônicos, dentro da agência mas antes da porta giratória.
Cadeado em espiral com chave que comprei para manter meu monociclo seguro 
enquanto acesso os estabelecimentos que não me permitem entrar com ele.


Sobre o segundo item, resolvi o problema hoje. Acabou de chegar o puxador retrátil (chamam ele de "Pull Rod") da própria Airwheel. Comprei diretamente do principal representante da marca no Brasil (epmodelismo.com.br). Acabei de instalar ele no monociclo. O manual que veio junto está escrito todo em chinês, mas como a instalação é simples não tive problemas. Posso dizer que o produto é de qualidade e provavelmente serve para diversos modelos de monociclos (qualquer um que tenha uma alça para carregá-lo). Abaixo algumas fotos do puxador já instalado.




O monociclo, que já tinha a companhia da correia de aprendizado (apesar de servir 
para o aprendizado ando sempre com ela pois me sinto mais seguro assim), 
agora também leva junto consigo o puxador retrátil e o cadeado em espiral.

Vale ressaltar que a melhor forma de aproveitar este puxador (que dependendo como você utilizar se torna um "empurrador") é com o monociclo ligado! 

Com certeza meus braços sofrerão menos a partir de agora. 

Aproveito este post para "comemorar" o primeiro mês com o meu Airwheel X8. Já havia feito elogios a ele e volto a dizer agora: ele é EXCELENTE. Muito acima das minhas expectativas. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Andando na Chuva

Essa semana choveu muito aqui no Rio Grande do Sul, mas especificamente em Campo Bom. Aproveitei este momento para colocar em teste a certificação IP56 (resistência à água) do meu Airwheel X8. 

Confesso que fiquei meio receoso, afinal havia adquirido ele há poucas semanas, não queria criar um problema no monociclo logo no início da minha experiência com ele. Mas como eu o comprei justamente para ir e voltar do trabalho, inclusive em dias de chuva, então cedo ou tarde o X8 teria que encarar o tempo fechado.

Minha primeira providência foi comprar uma roupa de chuva como esta abaixo. Você encontrar facilmente no Mercado Livre.

Link para comprar a roupa de chuva: 
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-705312218-capa-chuva-motoqueiro-jaqueta-c-touca-calca-_JM


Infelizmente essa roupa de chuva não cobre os pés, portanto ensaquei eles com sacos plásticos. Isso resolveu o problema dos pés.

Encarei logo de cara uma chuva intensa. Nessa situação ocorreram 2 problemas, que eu acredito serem contornáveis:

- Quando estava quase chegando no trabalho, tive que passar por uma poça de água, e ela era maior do que eu esperava. Sinceramente não sei se foi por causa disso, mas depois disso desliguei o X8 para acessar o pátio da empresa, e quando o liguei novamente ele ficou apitando (deu uma pane) e seu comportamento era como se estivesse desligado, o motor elétrico não funcionava. Fiquei apreensivo. Esperei alguns minutos e tentei ligá-lo novamente, aí o monociclo voltou a funcionar normalmente. Estranho, não? Realmente não sei o que aconteceu. Vou entrar em contato com a fabricante para ver se eles tem uma ideia do que pode ter acontecido. Pensei que poderia ter entrado em ação algum mecanismo de proteção por causa do excesso de água, mas que eu saiba não existe nenhum mecanismo destes nos monociclos elétricos.

- Outra coisa que aconteceu depois deste banho no monociclo foi que, mesmo com o aparelho desligado, a luz do botão power continuou ligada por 3 dias, porém depois deste período voltou a funcionar normalmente. 

Luz do botão liga/desliga seguiu ligada (mesmo com o aparelho desligado) por alguns dias.

Este problema com a luz do botão liga/desliga me pareceu claramente um problema de vedação do botão. Fiquei com a impressão de que entrou água por ali, o que pode ter gerado um curto-circuito temporário na luz (provavelmente um pequeno led) do botão. devido a isso, vou tentar fazer uma vedação extra para o botão, talvez fixar um plástico sobre a região onde ele fica, ou algo parecido.

Tirando estas duas situações, o X8 se comportou muito bem na chuva. A certificação IP56 que ele ostenta de fato é eficaz. Foi ótimo ter conseguido ir e voltar do trabalho com ele. A roupa de chuva se saiu muito bem também. A única parte do corpo que acabo molhando é o rosto, mas este é o menor dos problemas. Consigo carregar até mesmo a minha mochila sob esta roupa de chuva (comprei o modelo GG). Fico bem protegido mesmo.

Vale ressaltar que a roupa de chuva é feita de plástico, portanto ao colocá-la você vai sentir calor, pois ela retém o calor gerado pelo seu corpo. Então a dica que dou é: evite utilizar roupas pesadas sob esta proteção. 

Confesso que só estou tendo alegrias com este monociclo (Airwheel X8). Ele é mais leve do que o Q3, tem mais uma autonomia maior, para usuários experientes como eu é muito mais fácil e confortável de andar do que o Q3. Foi sem dúvida uma excelente aquisição. A única ressalva é a velocidade (atinge no máximo 17km/h), o que para mim é pouco. Poderia chegar aos 25km/h tranquilamente. Entrei em contato com um representante da Airwheel da China, e ele me disse que não é possível alterar esta limitação de velocidade, infelizmente.

Quaisquer dúvidas e comentários estou a disposição.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Monociclos x Autonomia

Meu Airwheel Q3 com seu pack de baterias de 132Wh

O monociclo elétrico ainda é encarado como um mero brinquedo pela maioria, porém alguns de nós (poucos, porém convictos) já adotaram o monociclo como um meio de transporte prático e eficiente para curtas distâncias. Considero adequado o uso diário do monociclo para distâncias entre 500 metros e 4 quilômetros (uso contínuo, sem paradas). Por quê deste range? Simples: menos de 500 metros eu ando a pé, mais de 4km é cansativo, os pés ficam doloridos e o corpo sente o cansaço de ficar tanto tempo em pé na mesma posição.

E a autonomia nessa história, onde fica? Por mais que usemos o monociclo em trajetos contínuos de no máximo 4km (em tese qualquer monociclo, por menos autonomia que tenha, consegue percorrer 4km), pode ser que durante o dia você tenha que se deslocar 3 ou 4 vezes por um um trajeto de 3 ou 4km, sem ter tempo de fazer a recarga na pausa entre estes deslocamentos. Dentro deste quadro, não é qualquer monociclo que vai suprir esta necessidade. 

A autonomia de um monociclo está diretamente ligada a capacidade da bateria (ao contrário de um celular que dependendo do tipo e qualidade de alguns componentes, consegue uma autonomia maior na comparação com outros aparelhos, mesmo com uma bateria inferior). Abaixo temos uma lista com os packs de bateria que normalmente equipam os monociclos vendidos, com exemplos de monociclos que as utilizam.

132Wh (Airwheel X3)
170Wh (Airwheel X8)
220Wh (Ninebot One C+, Super Wheel Two Dogs)
320Wh (Ninebot One E+)
340Wh (Airwheel Q3, este possui versões com packs de baterias menores também)


Pack de 132wh do meu Airwheel Q3.


Autonomia prometida pelo fabricante X realidade.

Se olharmos as especificações técnicas de um determinado monociclo (ex: Airwheel X8), veremos que, na teoria, o fabricante promete autonomia entre 17 e 23km. E na realidade?

O fabricante "calcula" a autonomia de seu aparelho nas seguintes condições: nada de vento, nada de rugosidade no terreno, nada de subidas, nada de descidas, usuário com peso de no máximo 65kg... enfim, convenhamos, jamais encontraremos estas condições em nosso dia a dia.

Portanto, ao comprar um monociclo, lembre-se que a autonomia prometida pelo fabricante, na prática com certeza não será entregue a você. Com a experiência que tenho com meu Airwheel Q3 (132wh) e agora com o Airwheel X8 (170wh), e considerando o uso destes no meu dia a dia, enfrentando todo o tipo de situação nos percursos e o meu peso corporal (70kg), posso garantir que:

- pack de baterias de 132wh: você pode contar com 6km de autonomia.
- pack de baterias de 170wh: você pode contar com 8km de autonomia.
- pack de baterias de 340wh: você pode contar com 16km de autonomia.
- pack de baterias de 680wh: você pode contar com 32km de autonomia.

EDITADO: um outro detalhe que influencia sensivelmente tanto no rendimento quanto na vida útil da bateria de lítio/íon: a temperatura ambiente. Este tipo de bateria precisa de uma temperatura ambiente acima de 15 graus célsius para que as reações químicas ocorram da melhor forma possível, gerando toda a energia possível de ser gerada. Em temperaturas muito baixas, o rendimento da bateria tende a diminuir. Como moro aqui no Rio Grande do Sul, onde o inverno é rigoroso, pude sentir essa baixa no rendimento na prática.
Em temperaturas muito altas, acima dos 40 graus célsius, o problema recai sobre a vida útil da bateria, que não se dá muito bem com temperaturas altas. Seus componentes se deterioram mais rapidamente e a vida útil tende a diminuir.

Lembrando que, ao contrário das fabricantes, essa avaliação que faço é pessimista, ou seja, a autonomia pode aumentar se você for mais leve que eu, se o seu trajeto diário for mais plano do do que o trajeto que eu enfrento, se você não enfrentar vento e terreno rugoso/acidentado.


Autonomia x vida útil da bateria

Considerando que as  baterias que equipam os monociclos são as de lítio/íon (são as melhores para este fim atualmente), você deve considerar que a vida útil de uma bateria deste tipo é de 300 a 500 ciclos (1 ciclo = 1 recarga completa). Não caia na conversa de algumas marcas de baterias duram 1000 ciclos, ou 1800 ciclos como já ouvi dizer por ai, isso é mentira argumento de marketing. 

Após 500 ciclos (na melhor das hipóteses), a bateria começa a degradar-se lentamente. Considere que, ao final de 1000 ciclos, sua bateria terá em torno da metade da capacidade que tinha originalmente. Mesmo que você deixe seu monociclo encostado por 2 anos, o monociclo terá sua autonomia reduzida. Estudos mostram que a bateria de lítio/íon tem uma taxa de perda de capacidade de 10% ao ano, quando guardada, sem uso. 

Se você utilizar o monociclo diariamente, de segunda a sexta, considerando que temos em torno de 255 dias úteis no ano, a bateria chegará ao final de 2 anos com 80% da capacidade original (lembre-se que existem os 10% ao ano de degradação natural da bateria, mesmo sem utilizá-la). A partir do 3 ano você terá uma redução maior da autonomia do seu monociclo. 

Dica importante para aumentar a vida útil da bateria do seu monociclo (isso serve para smartphones também):

- Faça a recarga antes de a bateria chegar ao fim, de preferência antes de chegar aos 40% de carga restante. Considerando que 1 ciclo = 1 recarga completa, se você carregar a bateria quando ela estiver nos 50% de carga, você terá gasto apenas meio ciclo. Além disso, estudos mostram que a vida útil da bateria  (número de ciclos antes da degradação) aumenta sensivelmente se você fizer a recarga antes de a bateria chegar ao fim.

Espero ter ajudado.

Abraços.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Monociclo Elétrico: roda dupla ou roda simples?

Há 8 meses tenho tido a experiência diária de andar com o monociclo Airwheel Q3 que, apesar de chamarem de monociclo, possui roda dupla. O principal apelo da roda dupla em um monociclo elétrico é a facilidade em manter o equilíbrio. Foi por isso que eu (acertadamente) escolhi o Airwheel Q3 ser meu primeiro monociclo elétrico. 

O tempo passou, a bateria do meu Q3 (comprei usado) foi se degradando, e tive que pensar em adquirir um novo monociclo. Existia a opção de adquiir um pack de bateria novo, porém o preço alto e a curiosidade de adquirir um monociclo de roda simples me fez optar por um novo. 

Chegou a hora de escolher um novo monociclo. Foi possível perceber que houve uma relativa baixa no preço dos monociclos nestes últimos 8 meses, especialmente os vendidos no mercadolivre. A tarefa então seria escolher qual monociclo comprar. No mercadolivre existem algumas opções marcas de monociclos de qualidade, como a Nineboot e a própria Airwheel, além de outros aparelhos sem marca (desaconselho estes). Também existe um representante da IPS no Brasil, mas ele vende apenas um modelo da marca, sendo que o preço não é muito convidativo.

Como eu uso o monociclo no meu dia a dia para trabalhar (3,5km para ir + 3,5km para voltar), precisaria de um aparelho que tivesse uma autonomia (falo de autonomia real) de mais de 10km, já considerando trechos com algum relevo. Nesse sentido, um monociclo com bateria de 170wh seria suficiente. Também queria um monociclo que tivesse uma velocidade um pouco maior que os 15km/h do meu Q3, que também fosse mais leve, e com um bom custo/benefício. Ah, precisaria ser resistente à água tambem.

Foi dificil conciliar estas características em um dos modelos a venda no Brasil. O melhor dentro destes quesitos foi o Airwheel X8. Este modelo deixa a desejar na questão da velocidade (vai no máximo até os 17km/h), mas atende muito bem todos os demais quesitos. 

Airwheel X8

  1. é 3kg mais leve que o Airwheel Q3. (pesa 11kg), portanto mais fácil de carregar
  2. tem uma roda aro 16, o que dá mais conforto e permite superar certos obstáculos com mais facilidade
  3. tem a autonomia que eu preciso (170wh de bateria), superando os 10km dentro do trajeto que eu percorro.
  4. o custo/benefício foi aceitável (R$ 1600,00 no mercadolivre)
  5. é resistente à água (certificação IP56).


Fiquei bem tentado em comprar um Ninebot C+, ou ainda importar um GotWay direto da china, mas achei que para o momento o Airwheel X8 supriria minhas necessidades.



Transição de roda dupla para roda simples.

Chegou o momento de saber como seria andar em um monociclo "de verdade". Não pense você que foi "a mesma coisa", ou foi fácil. Houve uma situação que me criou dificuldades no X8, que foi no momento da transição de terrenos (subir uma calçada, por exemplo), e andar em terrenos com inclinação lateral (a parte da rua próximo a calçada, por exemplo). Ao encarar estas situações com o Q3, é necessário permitir que o aparelho acompanhe a inclinação do terreno e às ondulações na mudança de terreno. Por exemplo, se você vai subir uma calçada utilizando o acesso de uma garagem (aquela "rampinha" por onde o carro acessa a calçada), se você subir na diagonal (não da forma reta como um carro), você vai ter que "ceder" seu ponto de equilíbrio ao monociclo, ou seja, o Q3 vai se inclinar para que as duas rodas tenham contato com o piso. Já com o X8 isso não acontece. Se você encarar uma oscilação de terreno lateralmente, você vai fazer isso absolutamente reto, mantendo seu equilíbrio totalmente na vertical, neste caso o monociclo, por ter uma roda só, vai manter-se alinhado na vertical com você (da mesma forma que uma bicicleta). Esse detalhe muda completamente a forma de utilizar o monociclo nestas situações. Levei 2 ou 3 dias para me sentir totalmente adaptado ao X8 nessas condições. Agora me sinto tranquilo para guiá-lo, sem problemas.

Outro problema da transição de um aparelho para outro é o momento de subir no monociclo. Ter o equilíbrio inicial no Q3 é muito mais fácil, sem falar que raramente eu precisava descer em caso de uma parada completa (num semáforo, por exemplo), pois é possível com um mínimo de equilíbrio ficar parado sobre ele. Já no X8 a coisa muda de figura. Descer e subir novamente se tornou algo mais rotineiro do que antigamente. Ainda estou me acostumando a isso.

No mais o X8 é só alegrias. Sua roda grande de aro 16 dá mais conforto ao andar, sinto muito menos as oscilações de terreno. A autonomia da bateria me permite ir e voltar do trabalho sem precisar recarregar, restando praticamente 1/3 de mesma (já descartando aqueles 15% reservados para a proteção da própria bateria). 

Para quem quer aprender a andar em um monociclo, sem dúvidas recomendo adquirir um modelo de roda dupla como o Airwheel Q3 ou o Q1 (mais barato). Para quem já sabe andar, os modelos de roda simples são muito mais interessantes, especialmente por seu peso reduzido, pelo conforto (são mais gostosos e suaves de andar por terem o atrito de apenas 1 pneu com o chão) e pelo ponto de equilíbrio mais parecido com o de uma bicicleta.

Espero mais uma vez ter ajudado àqueles que estão interessados em adquirir este veículo de transporte individual extremamente elegante e útil no dia a dia.

terça-feira, 8 de março de 2016

Airwheel Q3: Dicas para iniciantes

Andar num Airwheel Q3 não é a coisa simples, especialmente para um novato. Mesmo sendo um Twin-wheel (roda dupla),  conseguir o equilíbrio no Airwheel Q3 não é uma tarefa fácil no início. Eu não conhecia a melhor forma de aprender, e o resultado disso foram hematomas, muitos hematomas na parte interna das canelas.


Resultado de minha inexperiência


Na ansiedade de me equilibrar, acabava forçando demais minhas pernas contra o monociclo, o que acabou gerando estes machucados. Ter escolhido um piso irregular no início (a área interna do condomínio onde moro) só piorou a situação. 

Mas essas experiências todas me trouxeram alguns aprendizados para lidar com esse "tourinho" de uma forma mais saudável e eficaz. Repasso este aprendizado em forma de dicas para vocês. O resumo das dicas é o seguinte:

Dia 1 

- para subir a primeira vez num Airwheel Q3, procure um lugar onde você possa se apoiar com as duas mãos,  como as paredes de um corredor, por exemplo. 

- tendo um bom lugar para se apoiar, coloque um dos pés em um dos pedais, e escore esta perna conta o monociclo, para que ele não caia quando você for colocar o outro pé. Nesse momento você pode sentir um pouco de desconforto na parte interior da perna que está apoiada no monociclo. Tente evitar o contato do osso da canela, busque colocar a lateral da panturrilha contra o monociclo. Se você for muito magro, use caneleiras na parte interna da canela no início. Em seguida, com as mãos apoiadas em algo, coloque a outra perna no outro pedal. 

- Depois de subir, mantenha-se calmo e ereto sobre o monociclo. Tente sentir o funcionamento do sensor (giroscópio). Incline-se levemente para frente e para trás, para pegar o jeito de ir para frente e para trás. Faça isso por uns 15 minutos, sempre com as mãos apoiadas nas paredes de um corredor, ou algo parecido. Em minutos você perceberá que seu corpo vai começando a entender como o brinquedo funciona. Vai assimilar a questão da aceleração e do freio.

- Depois disso, o próximo passo é tentar andar com ele por alguns metros, sempre escorado em alguma coisa. Incline-se levemente para frente e saia um pouco do lugar. Fazendo isso, você verá que não é tão difícil equilibrar-se, e naturalmente vai se arriscar a tirar as mãos do seu apoio. Conforme for ganhando confiança, tente andar em linha reta por alguns metros com o apoio por perto, mas sem tocá-lo. 

Dia 2

No segundo dia vamos nos arriscar um pouco mais. Você vai se sentir em condições de andar ao ar livre. Para fazer isso, encontre um local com piso bem regular (uma boa calçada ou ciclovia), e use a cinta (aquela que eu uso até hoje) para auxiliar no equilíbrio. Siga o mesmo procedimento para subir no monociclo, agora pedindo a ajuda de um amigo para se apoiar (pode se apoiar numa árvore ou poste também), e tente andar em linha reta o máximo que conseguir. Se você perder o equilibrio, pule para longe do monociclo,  não tenha pena de deixá-lo cair no chão. Não pense que você vai conseguir mantê-lo impecável, porque cedo ou tarde ele vai cair e a carcaça vai ganhar seus arranhões. É importante pular para longe para que você não machuque as canelas e tornozelos. 

- Depois de algumas tentativas frustradas, você com certeza conseguirá andar algumas boas dezenas de metros sem cair. Esse é o diferencial da roda dupla, ela facilita a obtenção do equilibrio, ao contrário da roda simples. Com a roda dupla, você aprende a andar em 10x menos tempo do que um monociclo de roda simples. Isso é tão verdade que os monociclos de roda simples vem acompanhados de um par de rodinhas para serem fixadas abaixo dos 2 pedais (como as rodinhas de uma bicicleta) para auxiliar no aprendizado, e o Airwheel Q3 não vem com estas rodinhas inclusas. 

- siga andando no monociclo, comece a tentar fazer as primeiras curvas. Não tente fazer curvas fechadas, faça curvas bem abertas no início, até ter mais confiança. Acelere um pouco mais, e teste o funcionamento do freio inclinando-se para trás. Com o tempo seus movimentos de andar e parar se tornarão naturais, e você terá coragem de encarar terrenos um pouco mais irregulares. 

- nunca deixe de usar a cinta. Ela lhe proporcionará segurança, e com o tempo lhe ajudará a superar pequenos obstáculos, como cordões de calçada e buracos, além de em caso de queda, manter o monociclo sempre com você, evitando que ele saia em disparada para o meio da rua, ou em direção a alguém. 

- não desanime! você pode até se assustar com a dificuldade de subir no monociclo no início, mas rapidamente seu corpo entenderá o funcionamento do Airwheel Q3, e antes de perceber você estará andando nele.

Espero ter ajudado! 

Boa sorte, iniciante!





domingo, 6 de março de 2016

O grande teste com meu Airwheel Q3.



Neste final de semana fiz um teste com o meu Airwheel Q3. Percorri 9km entre Novo Hamburgo e Campo Bom.

Os objetivos do teste foram:

- Verificar a autonomia da bateria em percursos com subidas e descidas intensas.

- A potência do motor em subidas íngremes.

- O desgaste físico em um trajeto longo.

Antes de começar, uma breve explicação do funcionamento do Airwheel Q3. Ao ligá-lo, entra em funcionamento o giroscópio, o sensor responsável pela estabilidade, que faz ele acelerar se você se inclinar para frente, e frear ou andar para trás se você se inclinar para trás.

Saí de Novo Hamburgo com a carga da bateria cheia. Fiz o trajeto saindo da Bento Gonçalves, próximo ao antigo fórum. Segui pela Coronel Travassos em direção a Mauricio Cardoso. Um trajeto inicial repleto de subidas já no início fez uma das quatro luzes da bateria se apagar logo de cara, o que me deixou preocupado (será que vou conseguir chegar em Campo Bom?), mas assim que cheguei no trajeto plano da Maurício Cardoso fiquei mais tranquilo, pois daquele ponto até o pé da lomba da av. Brasil em Campo Bom seria somente trechos planos ou descidas.

Percebi a dificuldade de andar na rua (em certos trechos a calçada era péssima ou inexistia), pois o asfalto remendado tornava mais tudo mais instável, e existia a possibilidade de eu balançar para o lado dos carros, o que me deixava bem tenso. Isso aconteceu na Coronel Travassos e praticamente em toda a Vitor Hugo Kunz onde não havia calçadas apropriadas. O trecho da Maurício Cardoso sem dúvida foi o mais tranquilo nesse sentido, e divertido também. Muitas pessoas ficavam encantadas ao me ver passar, muitos buzinavam, me perguntavam o que era essa "coisa". Foi bem bacana.

O desgaste físico intensificou-se depois na chegada a Vitor Hugo Kunz. Meus pés começaram a formigar e as pernas sentiram o cansaço. Para ter estabilidade e superar as irregularidades, preciso estar com os joelhos levemente flexionados, pouca coisa, mas o suficiente para sentir o cansaço depois de alguns km das ruas esburacadas e remendadas de Novo Hamburgo (alô prefeito!!!).

Chegar em Campo Bom foi uma alegria, e ao mesmo tempo criou em mim uma expectativa grande: será que o motor aguenta subir essa ladeira da Av. Brasil? E a bateria, que até então estava e uns 35% (variando entre 1 e 2 luzes das 4 possíveis), será que será suficiente para enfrentar esse relevo? Eu estava bem cansado, mas o asfalto liso e plano de Campo Bom (isso sim é cidade!!!) e a capacidade do monociclo de superar a subida me deixaram muito animado! Subir uma ladeira dessas sem pingar uma gota de suor é uma das coisas mais incríveis que este pequeno e notável veículo elétrico pode fazer por você.

Depois da subida veio a descida, e la embaixo o encontro com a ciclovia dobrando a direita no primeiro semáforo. Mais algumas centenas de metros e eu estava em casa. Ainda sobrou um pouco de bateria para fazer umas manobras e gravar o pequeno vídeo que vocês podem ver no final do texto.

Resumo do teste:

A bateria de 170wh é boa, mas para ter mais tranquilidade no trajeto poderia ser maior. Foram 9km de um trajeto sinuoso para esgotá-la quase completamente.

Na questão do equilíbrio, ao mesmo tempo que este monociclo de roda dupla permite que você tenha mais estabilidade (consigo ficar em cima dele mesmo quase estando parado), em alguns trechos irregulares como um asfalto remendado a roda dupla incomoda um pouco, pois quando um dos pneus passa por um remendo e o outro passa por fora dele, o monociclo tende a te jogar para o lado mais baixo da irregularidade, o que pode fazer com que você seja jogado para dentro da pista contra um carro, por exemplo, se você não estiver atento. Isso é muitíssimo perigoso, foi sem dúvida minha maior dificuldade, o que me trouxe muita tensão durante boa parte do trajeto.

Em tempo: o Airwheel Q3, assim como outros monociclos, vem com uma cinta para auxiliar no aprendizado. Eu escolhi usar sempre esta cinta pelo seguinte: caso eu caia ou mesmo pule fora do monociclo para evitar o pior, ele pode acabar seguindo um trajeto sozinho direto oara baixo de um carro, o que seria um desastre! Então eu escolhi usar sempre a cinta para segurá-lo comigo em caso de quedas ou seja lá o que acontecer.

Sobre o desgaste físico: apesar de não ter transpirado uma gota, fiquei muito cansado pelo tempo que fiquei em pé (quase 1h de trajeto) e pela força que precisei fazer com as pernas para ter equilíbrio em trechos irregulares.

- O motor é realmente incrível. Tem um torque impressionante e mostrou isso ao superar as subidas e segurar bem nas descidas (o freio nada mais é do que acelerar no sentido contrário). É possível frear com segurança e parar imediatamente. O limitador de velocidade é essencial para você se manter em uma velocidade segura (12 a 15km por hora).

Enfim, só tenho elogios a fazer ao Airwheel Q3. Mas tenho que reconhecer as limitações para seu uso. Depois desta experiência, considero ele im veículo para cumprir no máximo 5km de distância de forma relativamente confortável, de preferência longe dos carros! Para um percurso destes, sua bateria está de bom tamanho. Você pode andar com ele em terrenos irregulares, mas o melhor mesmo é andar por uma boa ciclovia, como as que temos em Campo Bom ou por boas calçadas. Andar na rua perto dos carros requer 100x mais atenção, pois um breve descuido e um carro pode passar por cima de você. Para os que buscam uma equivalência de experiência de uso, andar num monociclo elétrico é muito mais difícil do que andar numa bike. Na bike você tem muito mais controle da situação. Andar de monociclo requer "humildade constante", é preciso sempre lembrar que você tem sérias limitações e não tem todo o controle da situação, por mais que suas habilidades lhes digam o contrário. Apesar de a roda dupla ter me causado insegurança em terrenos irregulares, ainda assim prefiro este do que o monociclo de fato (com uma roda só), pelo fato de conseguir ficar sobre ele mesmo estando quase totalmente parado.

Esqueci de falar sobre o peso do Airwheel Q3, ele pesa 14kg! Nem pense em carregá-lo por mais do que 10 metros com você!


Espero ter ajudado aqueles que assim como eu pensam em adquirir um monociclo. Aqui em Campo Bom ele é o meio de transporte quase perfeito devido às ciclovias que temos aqui. Em novo hamburgo eu andei bastante em ruas mais calmas, mas o prudente mesmo é ir pelas calçadas!

Se alguém adquirir um monociclo destes, por favor deixe seus comentários sobre sua experiência com ele!


sexta-feira, 4 de março de 2016

Meu Airwheel Q3

De um tempo para cá, meu interesse nos monociclos elétricos só aumentou. Me interessei tanto que comprei um Airwheel Q3. Eu já disse em posts anteriores que a Airwheel é uma das fabricantes de monociclos que mais tem se destacado no momento. É provavelmente a que mais vende estes veículos elétricos no Brasil. Por isso resolvi comprar um desta marca, mais especificamente este modelo, o Q3.

O Airwheel Q3 na verdade não é um monociclo, é um "duociclo" elétrico. Possui 2 rodas, uma ao lado da outra, o que torna muito mais fácil obter o equilíbrio sobre ele, como você pode ver no vídeo abaixo.


Airwheel Q3


Eu havia testado um Monociclo (de fato, com 1 roda só) da marca IPS, que estava sendo vendido em São Leopoldo, e achei muito dificil me equilibrar nele. Acredito que com um pouco mais de prática eu conseguiria, mas resolvi não correr riscos e optei por comprar este modelo da Airwheel com 2 rodas.

Logo que ele chegou hoje pela manhã lá em casa, eu o abri e testei para verificar se tudo estava certo. O que posso dizer é que andar nele é viciante! O Airwheel Q3 tem um potente motor elétrico (800 Watts). Este modelo que comprei tem uma bateria de 170Wh, o que acredito ser suficiente para andar uns bons 10km nas ciclovias aqui de Campo Bom, encarando um pouco de aclives e declives. Ele possui 4 luzes de led para indicar o nível da bateria. Infelizmente não só apenas nas subidas, mas nas descidas também o gasto de bateria aumenta, pois você precisa frear, e o freio no monociclo nada mais é do que forçar o motor no sentido contrário.

O que posso dizer é que o Airwheel Q3 me surpreendeu pela robustez, pela qualidade, pela força e pela facilidade de obter o equilíbrio sobre ele. Em 10 minutos de tentativas já estava me sentindo como se tivesse nascido sobre um desses. 

O que posso dizer é que esse "brinquedo" tem tudo para se tornar um meio de transporte alternativo. O preço é um pouco proibitivo, mas isso é uma questão de tempo para mudar. 

Assim que possível postarei mais fotos e vídeos.

Meu Airwheel Q3.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Monociclos Elétricos são a prova da água?




Passei muito tempo em dúvida sobre qual modelo de monociclo comprar. Minha intenção, além da diversão, é ter uma forma de (ao menos nos dias sem chuvas) ir e voltar do trabalho sem gastar muito, de uma forma eficiente e segura. Moro numa cidade do Rio Grande do Sul chamada Campo Bom, uma simpática cidade conhecida por suas praças e ciclovias. No início tentei usar uma bicicleta comum, mas apesar de praticamente todo o trajeto ser plano, muitas vezes cheguei transpirando no trabalho, e isso definitivamente não é o que eu quero que aconteça.

Passei então a olhar para os skates elétricos. Me entusiasmei com a possibilidade de utilizar um para "comutar" até o trabalho, porém o peso dos skates elétricos vendidos no Brasil me assustaram. Alguns modelos ultrapassam os 30kg, ou seja, impossível carregá-lo comigo. Alguns skates são mais leves, mas mas normalmente estes são menores, suas rodinhas são pequenas como as de um skate comum, o que me impede de superar certos obstáculos sem preocupação, como desníveis nas calçadas (tem muita ciclovia aqui, mas não por todo o trajeto que faço), sem falar no fato de que se eu passar por uma poça da água com um skate desses, é grande a chance de eu estragá-lo. Pegar um pouco de chuva então, nem pensar. 

Bicicletas elétricas também são uma alternativa viável. Pensei muito nisso, mas não gosto do fato de ter que deixá-la num bicicletário ou algo do tipo. No Brasil todo mundo rouba tudo, então certamente em algum momento alguém tentaria roubá-la. Sem falar que uma bicicleta elétrica (dessas vendidas no Brasil) são super pesadas, não são dobráveis e, por consequência, nada portáteis. Por esses motivos acabei descartando as bicicletas elétricas também.

Cheguei a pensar em importar um skate elétrico, como o ZBoard, super leve e portátil, ou uma bicicleta elétrica diferenciada, mas antes de fazer isso preferi buscar outras opções no Brasil. Foi ai que descobri o monociclo elétrico. O primeiro que tive contato foi a Super Wheel da Two Dogs. Me pareceu ser um aparelho robusto, consistente. Porém na época o aparelho era caríssimo (3590 reais), o que me assustou um pouco. comecei a pesquisar outros modelos, e então encontrei a Airwheel. Foi a partir deste momento que comecei a me interessar mais pelos monociclos elétricos, estudando suas especificações técnicas e diferenças entre as fabricantes. Descobri que existem diversas fabricantes de monociclo, em especial na Ásia, mais especificamente na China. Fiquei encantado com as possibilidades deste aparelho, por sua portabilidade, autonomia e desempenho, e fiquei mais entusiasmado ainda quando vi que alguns modelos possuíam certificação IPXX (resistência a água e poeira). Nesse momento eu percebi que o veículo que eu precisava para ir e vir do trabalho era um monociclo elétrico.

Todos os monociclos da Airwheel possuem a certificação IP56. Deixarei aqui uma tabela que fala sobre o certificado IPXX. Nos próximos posts comento sobre qual modelo escolhi para mim, e os motivos.

O primeiro número indica o grau de proteção contra objetos sólidos
O segundo número indica o grau de proteção contra líquidos
X: Não mensurado
X: Não mensurado
0: Sem proteção
0: Sem proteção
1 = protegido contra a entrada de objetos sólidos externos de diâmetro ≥ 50 mm
1 = Protegido contra gotejamento vertical
2 = protegido contra a entrada de objetos sólidos externos de diâmetro ≥ 12,5 mm
2 = Protegido contra gotejamento (inclinação de 15%)
3 = protegido contra a entrada de objetos sólidos externos de diâmetro ≥ 2,5 mm
3 = Protegido contra pulverização (inclinação de 60%)
4 = protegido contra a entrada de objetos sólidos externos de diâmetro ≥ 1 mm
4 = Protegido contra respingo
5 = protegido contra poeira (entrada limitada, sem depósitos prejudiciais)
5 = Protegido contra jato
6 = à prova de poeira
6 = Protegido contra jato potente
 
7 = Protegido contra imersão temporária (até 1 metro por 30 minutos)
 
8 = Protegido contra imersão contínua (acima de 1 metro de profundidade pelo período de tempo especificado pelo fabricante)

sábado, 30 de janeiro de 2016

Monociclo Elétrico, O Futuro do Transporte Individual



Há algum tempo venho acompanhando um novo dispositivo que surgiu na ásia há alguns anos e vem se popularizando ao redor do mundo devido a sua utilidade para fazer pequenos deslocamentos e por sua portabilidade.

O Monociclo Elétrico, este novo gadget com jeitão futurista, surgiu no intuito de se ser não mais do que um brinquedo, uma diversão para "crianças grandes" como eu. Porém o que era para ser apenas um passatempo de luxo, está se transformando em um meio de locomoção bastante útil. A pergunta que fica é: isso é apenas uma onda passageira? Mais uma daquelas febres que não vai se sustentar?

Minha resposta: Os monociclos elétricos não só são incríveis, como causarão uma revolução no transporte, na forma como as pessoas se deslocam em seu cotidiano, como vão e voltam do trabalho, como vão a escola, etc.



Produto Importado

Hoje no Brasil, temos algumas marcas que dominam o cenário, como a Airwheel, a Ninebot, e outros concorrentes menores. Sabemos que todos estes monociclos são importados, sequer são montados aqui. Não que o dispositivo seja complexo, mas nessas horas nos falta a cultura da tecnologia que sobra nos asiáticos, tanto na criação e produção quanto no consumo. A importação acaba sendo um problema no que diz respeito a preços e regulamentação do produto no mercado. Os atuais fabricantes dos monociclos asiáticos não tem vocação para a expansão, e buscam parceiros nos países com interesse no produto para que estes importem e façam todo o trabalho de popularização e vendas do aparelho. Marcas como Ninebot (através da sua importadora Nineway) e a Airwheel prestam um pós venda de qualidade, tem peças de reposição e fazem o possível para passar a imagem de empresas sólidas e de credibilidade, porém ainda existe um certo preconceito com produtos chineses, e o receio de ficar na mão em caso de algum problema com um produto tão caro. O tempo de garantia oferecido é baixo, não passa de seis meses, isso contribui para gerar desconfiança.

O item mais caro para a fabricação de um monociclo é a bateria de lítio. Estas baterias são produzidas em poucos lugares no mundo, e quem produz cobra uma fortuna por um pack. Além disso, existem diversos riscos no transporte destas baterias, quando em grande quantidade. Nem todas as companhias aéreas aceitam transportá-las, e quando aceitam, a burocracia cresce e complica o já difícil caminho do importador. Sendo cara, uma bateria de litio de excelente qualidade (sony, samsung, panasonic) chega ao país com mais uma carga de tributos, o que dificulta a iniciativa de qualquer um que queira desenvolver o produto no Brasil.


Limitações

Por mais que eu considere o monociclo elétrico algo revolucionário, ele ainda possui alguns entraves para se popularizar como meio de transporte individual. Um deles é o peso, que varia de 10 a 15 quilos. Apesar de ser relativamente fácil de transportar, 10kg ainda é um peso muito grande para uma pessoa normal carregar de uma forma confortável (dentro do ônibus, metrô, estabelecimentos, etc), mesmo em uma mochila nas costas. Se este peso cair uns 3 ou 4 quilos, mantendo a mesma potência e autonomia, então as coisas podem começar a melhorar. Muitos monociclos vem com uma haste retrátil para tentar amenizar a situação, permitindo que o usuário puxe-o, em vez de carregá-lo, o que já ajuda bastante. Hoje fui a uma loja física que tinha um monociclo da Two Dogs à venda. Segurei-o com uma das mãos para carrega-lo e caminhar com ele dentro da loja e me assustei com o seu peso. 14kg definitivamente não é um peso que se possa carregar com tranquilidade dentro de um ônibus ou de um metrô.

A autonomia também pode ser considerada uma limitação atualmente, visto que a maioria dos monociclos permite rodar em torno de 8 a 10km de distância. O que vemos em suas propagandas (18 a 23km com uma carga, para uma bateria de 132wh) não pode ser considerado a realidade. Você pode até conseguir percorrer 18km, mas precisaria de um local plano com uma estrada perfeita e ser uma pessoa muito leve, 3 características que nem sempre se encontram. Existem monociclos que oferecem um pack de baterias maior, com mais autonomia, mas o preço do apareho vai às alturas (de 5 a 6 mil reais), valor com o qual você compra uma boa motocicleta.

O monociclo, em termos de trânsito, é tratado como uma bicicleta, ou seja, deve ser utilizado em ciclovias e na rua, próximo à calçada. Oficialmente uma bicicleta não pode trafegar em calçadas, então em teoria isso se aplica aos monociclos também, mas dificilmente você será advertido por isso. De qualquer forma, percebemos que nosso trânsito não foi feito para os monociclos. Andar com eles na rua é arriscado, e sendo a calçada lugar de pedestres, sobram apenas as ciclovias, coisa que raras cidades possuem no Brasil (e no mundo). Para popularizar um meio de transporte como este, seria necessário investimentos nesse sentido.

Resistência à água e à poeira

Outro ponto importante para um futuro com o monociclo como meio de transporte consolidado é a resistência a água e à poeira. Se você quer ir trabalhar com seu monociclo, vai querer utilizá-lo faça sol ou faça chuva. Muitas marcas vendem seus monociclos com a certificação IPXX, onde o primeiro x representa o nível de resistência à poeira, e o segundo refere-se a resistência à água. Praticamente todos os fabricantes prometem certo nível de resistência, porém  nenhum garante 100% de resistência. Ou seja, existem certas situações em que você nao poderá contar com o seu monociclo, como num dia de chuva intensa. Para que o monociclo se consolide como um meio de transporte viável, ele precisa ser 100% resistente à água e à poeira. Só assim será possível competir com outros meios de transporte alternativo, como a bicicleta e a motocicleta.

Conclusão

Existe muito a evoluir, mas acredito que o monociclo vai superar todas suas barreiras limitadoras, e vai se tornar um transporte alternativo confiável e muito prático. É esperar para ver.