domingo, 6 de março de 2016

O grande teste com meu Airwheel Q3.



Neste final de semana fiz um teste com o meu Airwheel Q3. Percorri 9km entre Novo Hamburgo e Campo Bom.

Os objetivos do teste foram:

- Verificar a autonomia da bateria em percursos com subidas e descidas intensas.

- A potência do motor em subidas íngremes.

- O desgaste físico em um trajeto longo.

Antes de começar, uma breve explicação do funcionamento do Airwheel Q3. Ao ligá-lo, entra em funcionamento o giroscópio, o sensor responsável pela estabilidade, que faz ele acelerar se você se inclinar para frente, e frear ou andar para trás se você se inclinar para trás.

Saí de Novo Hamburgo com a carga da bateria cheia. Fiz o trajeto saindo da Bento Gonçalves, próximo ao antigo fórum. Segui pela Coronel Travassos em direção a Mauricio Cardoso. Um trajeto inicial repleto de subidas já no início fez uma das quatro luzes da bateria se apagar logo de cara, o que me deixou preocupado (será que vou conseguir chegar em Campo Bom?), mas assim que cheguei no trajeto plano da Maurício Cardoso fiquei mais tranquilo, pois daquele ponto até o pé da lomba da av. Brasil em Campo Bom seria somente trechos planos ou descidas.

Percebi a dificuldade de andar na rua (em certos trechos a calçada era péssima ou inexistia), pois o asfalto remendado tornava mais tudo mais instável, e existia a possibilidade de eu balançar para o lado dos carros, o que me deixava bem tenso. Isso aconteceu na Coronel Travassos e praticamente em toda a Vitor Hugo Kunz onde não havia calçadas apropriadas. O trecho da Maurício Cardoso sem dúvida foi o mais tranquilo nesse sentido, e divertido também. Muitas pessoas ficavam encantadas ao me ver passar, muitos buzinavam, me perguntavam o que era essa "coisa". Foi bem bacana.

O desgaste físico intensificou-se depois na chegada a Vitor Hugo Kunz. Meus pés começaram a formigar e as pernas sentiram o cansaço. Para ter estabilidade e superar as irregularidades, preciso estar com os joelhos levemente flexionados, pouca coisa, mas o suficiente para sentir o cansaço depois de alguns km das ruas esburacadas e remendadas de Novo Hamburgo (alô prefeito!!!).

Chegar em Campo Bom foi uma alegria, e ao mesmo tempo criou em mim uma expectativa grande: será que o motor aguenta subir essa ladeira da Av. Brasil? E a bateria, que até então estava e uns 35% (variando entre 1 e 2 luzes das 4 possíveis), será que será suficiente para enfrentar esse relevo? Eu estava bem cansado, mas o asfalto liso e plano de Campo Bom (isso sim é cidade!!!) e a capacidade do monociclo de superar a subida me deixaram muito animado! Subir uma ladeira dessas sem pingar uma gota de suor é uma das coisas mais incríveis que este pequeno e notável veículo elétrico pode fazer por você.

Depois da subida veio a descida, e la embaixo o encontro com a ciclovia dobrando a direita no primeiro semáforo. Mais algumas centenas de metros e eu estava em casa. Ainda sobrou um pouco de bateria para fazer umas manobras e gravar o pequeno vídeo que vocês podem ver no final do texto.

Resumo do teste:

A bateria de 170wh é boa, mas para ter mais tranquilidade no trajeto poderia ser maior. Foram 9km de um trajeto sinuoso para esgotá-la quase completamente.

Na questão do equilíbrio, ao mesmo tempo que este monociclo de roda dupla permite que você tenha mais estabilidade (consigo ficar em cima dele mesmo quase estando parado), em alguns trechos irregulares como um asfalto remendado a roda dupla incomoda um pouco, pois quando um dos pneus passa por um remendo e o outro passa por fora dele, o monociclo tende a te jogar para o lado mais baixo da irregularidade, o que pode fazer com que você seja jogado para dentro da pista contra um carro, por exemplo, se você não estiver atento. Isso é muitíssimo perigoso, foi sem dúvida minha maior dificuldade, o que me trouxe muita tensão durante boa parte do trajeto.

Em tempo: o Airwheel Q3, assim como outros monociclos, vem com uma cinta para auxiliar no aprendizado. Eu escolhi usar sempre esta cinta pelo seguinte: caso eu caia ou mesmo pule fora do monociclo para evitar o pior, ele pode acabar seguindo um trajeto sozinho direto oara baixo de um carro, o que seria um desastre! Então eu escolhi usar sempre a cinta para segurá-lo comigo em caso de quedas ou seja lá o que acontecer.

Sobre o desgaste físico: apesar de não ter transpirado uma gota, fiquei muito cansado pelo tempo que fiquei em pé (quase 1h de trajeto) e pela força que precisei fazer com as pernas para ter equilíbrio em trechos irregulares.

- O motor é realmente incrível. Tem um torque impressionante e mostrou isso ao superar as subidas e segurar bem nas descidas (o freio nada mais é do que acelerar no sentido contrário). É possível frear com segurança e parar imediatamente. O limitador de velocidade é essencial para você se manter em uma velocidade segura (12 a 15km por hora).

Enfim, só tenho elogios a fazer ao Airwheel Q3. Mas tenho que reconhecer as limitações para seu uso. Depois desta experiência, considero ele im veículo para cumprir no máximo 5km de distância de forma relativamente confortável, de preferência longe dos carros! Para um percurso destes, sua bateria está de bom tamanho. Você pode andar com ele em terrenos irregulares, mas o melhor mesmo é andar por uma boa ciclovia, como as que temos em Campo Bom ou por boas calçadas. Andar na rua perto dos carros requer 100x mais atenção, pois um breve descuido e um carro pode passar por cima de você. Para os que buscam uma equivalência de experiência de uso, andar num monociclo elétrico é muito mais difícil do que andar numa bike. Na bike você tem muito mais controle da situação. Andar de monociclo requer "humildade constante", é preciso sempre lembrar que você tem sérias limitações e não tem todo o controle da situação, por mais que suas habilidades lhes digam o contrário. Apesar de a roda dupla ter me causado insegurança em terrenos irregulares, ainda assim prefiro este do que o monociclo de fato (com uma roda só), pelo fato de conseguir ficar sobre ele mesmo estando quase totalmente parado.

Esqueci de falar sobre o peso do Airwheel Q3, ele pesa 14kg! Nem pense em carregá-lo por mais do que 10 metros com você!


Espero ter ajudado aqueles que assim como eu pensam em adquirir um monociclo. Aqui em Campo Bom ele é o meio de transporte quase perfeito devido às ciclovias que temos aqui. Em novo hamburgo eu andei bastante em ruas mais calmas, mas o prudente mesmo é ir pelas calçadas!

Se alguém adquirir um monociclo destes, por favor deixe seus comentários sobre sua experiência com ele!


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