terça-feira, 8 de março de 2016

Airwheel Q3: Dicas para iniciantes

Andar num Airwheel Q3 não é a coisa simples, especialmente para um novato. Mesmo sendo um Twin-wheel (roda dupla),  conseguir o equilíbrio no Airwheel Q3 não é uma tarefa fácil no início. Eu não conhecia a melhor forma de aprender, e o resultado disso foram hematomas, muitos hematomas na parte interna das canelas.


Resultado de minha inexperiência


Na ansiedade de me equilibrar, acabava forçando demais minhas pernas contra o monociclo, o que acabou gerando estes machucados. Ter escolhido um piso irregular no início (a área interna do condomínio onde moro) só piorou a situação. 

Mas essas experiências todas me trouxeram alguns aprendizados para lidar com esse "tourinho" de uma forma mais saudável e eficaz. Repasso este aprendizado em forma de dicas para vocês. O resumo das dicas é o seguinte:

Dia 1 

- para subir a primeira vez num Airwheel Q3, procure um lugar onde você possa se apoiar com as duas mãos,  como as paredes de um corredor, por exemplo. 

- tendo um bom lugar para se apoiar, coloque um dos pés em um dos pedais, e escore esta perna conta o monociclo, para que ele não caia quando você for colocar o outro pé. Nesse momento você pode sentir um pouco de desconforto na parte interior da perna que está apoiada no monociclo. Tente evitar o contato do osso da canela, busque colocar a lateral da panturrilha contra o monociclo. Se você for muito magro, use caneleiras na parte interna da canela no início. Em seguida, com as mãos apoiadas em algo, coloque a outra perna no outro pedal. 

- Depois de subir, mantenha-se calmo e ereto sobre o monociclo. Tente sentir o funcionamento do sensor (giroscópio). Incline-se levemente para frente e para trás, para pegar o jeito de ir para frente e para trás. Faça isso por uns 15 minutos, sempre com as mãos apoiadas nas paredes de um corredor, ou algo parecido. Em minutos você perceberá que seu corpo vai começando a entender como o brinquedo funciona. Vai assimilar a questão da aceleração e do freio.

- Depois disso, o próximo passo é tentar andar com ele por alguns metros, sempre escorado em alguma coisa. Incline-se levemente para frente e saia um pouco do lugar. Fazendo isso, você verá que não é tão difícil equilibrar-se, e naturalmente vai se arriscar a tirar as mãos do seu apoio. Conforme for ganhando confiança, tente andar em linha reta por alguns metros com o apoio por perto, mas sem tocá-lo. 

Dia 2

No segundo dia vamos nos arriscar um pouco mais. Você vai se sentir em condições de andar ao ar livre. Para fazer isso, encontre um local com piso bem regular (uma boa calçada ou ciclovia), e use a cinta (aquela que eu uso até hoje) para auxiliar no equilíbrio. Siga o mesmo procedimento para subir no monociclo, agora pedindo a ajuda de um amigo para se apoiar (pode se apoiar numa árvore ou poste também), e tente andar em linha reta o máximo que conseguir. Se você perder o equilibrio, pule para longe do monociclo,  não tenha pena de deixá-lo cair no chão. Não pense que você vai conseguir mantê-lo impecável, porque cedo ou tarde ele vai cair e a carcaça vai ganhar seus arranhões. É importante pular para longe para que você não machuque as canelas e tornozelos. 

- Depois de algumas tentativas frustradas, você com certeza conseguirá andar algumas boas dezenas de metros sem cair. Esse é o diferencial da roda dupla, ela facilita a obtenção do equilibrio, ao contrário da roda simples. Com a roda dupla, você aprende a andar em 10x menos tempo do que um monociclo de roda simples. Isso é tão verdade que os monociclos de roda simples vem acompanhados de um par de rodinhas para serem fixadas abaixo dos 2 pedais (como as rodinhas de uma bicicleta) para auxiliar no aprendizado, e o Airwheel Q3 não vem com estas rodinhas inclusas. 

- siga andando no monociclo, comece a tentar fazer as primeiras curvas. Não tente fazer curvas fechadas, faça curvas bem abertas no início, até ter mais confiança. Acelere um pouco mais, e teste o funcionamento do freio inclinando-se para trás. Com o tempo seus movimentos de andar e parar se tornarão naturais, e você terá coragem de encarar terrenos um pouco mais irregulares. 

- nunca deixe de usar a cinta. Ela lhe proporcionará segurança, e com o tempo lhe ajudará a superar pequenos obstáculos, como cordões de calçada e buracos, além de em caso de queda, manter o monociclo sempre com você, evitando que ele saia em disparada para o meio da rua, ou em direção a alguém. 

- não desanime! você pode até se assustar com a dificuldade de subir no monociclo no início, mas rapidamente seu corpo entenderá o funcionamento do Airwheel Q3, e antes de perceber você estará andando nele.

Espero ter ajudado! 

Boa sorte, iniciante!





domingo, 6 de março de 2016

O grande teste com meu Airwheel Q3.



Neste final de semana fiz um teste com o meu Airwheel Q3. Percorri 9km entre Novo Hamburgo e Campo Bom.

Os objetivos do teste foram:

- Verificar a autonomia da bateria em percursos com subidas e descidas intensas.

- A potência do motor em subidas íngremes.

- O desgaste físico em um trajeto longo.

Antes de começar, uma breve explicação do funcionamento do Airwheel Q3. Ao ligá-lo, entra em funcionamento o giroscópio, o sensor responsável pela estabilidade, que faz ele acelerar se você se inclinar para frente, e frear ou andar para trás se você se inclinar para trás.

Saí de Novo Hamburgo com a carga da bateria cheia. Fiz o trajeto saindo da Bento Gonçalves, próximo ao antigo fórum. Segui pela Coronel Travassos em direção a Mauricio Cardoso. Um trajeto inicial repleto de subidas já no início fez uma das quatro luzes da bateria se apagar logo de cara, o que me deixou preocupado (será que vou conseguir chegar em Campo Bom?), mas assim que cheguei no trajeto plano da Maurício Cardoso fiquei mais tranquilo, pois daquele ponto até o pé da lomba da av. Brasil em Campo Bom seria somente trechos planos ou descidas.

Percebi a dificuldade de andar na rua (em certos trechos a calçada era péssima ou inexistia), pois o asfalto remendado tornava mais tudo mais instável, e existia a possibilidade de eu balançar para o lado dos carros, o que me deixava bem tenso. Isso aconteceu na Coronel Travassos e praticamente em toda a Vitor Hugo Kunz onde não havia calçadas apropriadas. O trecho da Maurício Cardoso sem dúvida foi o mais tranquilo nesse sentido, e divertido também. Muitas pessoas ficavam encantadas ao me ver passar, muitos buzinavam, me perguntavam o que era essa "coisa". Foi bem bacana.

O desgaste físico intensificou-se depois na chegada a Vitor Hugo Kunz. Meus pés começaram a formigar e as pernas sentiram o cansaço. Para ter estabilidade e superar as irregularidades, preciso estar com os joelhos levemente flexionados, pouca coisa, mas o suficiente para sentir o cansaço depois de alguns km das ruas esburacadas e remendadas de Novo Hamburgo (alô prefeito!!!).

Chegar em Campo Bom foi uma alegria, e ao mesmo tempo criou em mim uma expectativa grande: será que o motor aguenta subir essa ladeira da Av. Brasil? E a bateria, que até então estava e uns 35% (variando entre 1 e 2 luzes das 4 possíveis), será que será suficiente para enfrentar esse relevo? Eu estava bem cansado, mas o asfalto liso e plano de Campo Bom (isso sim é cidade!!!) e a capacidade do monociclo de superar a subida me deixaram muito animado! Subir uma ladeira dessas sem pingar uma gota de suor é uma das coisas mais incríveis que este pequeno e notável veículo elétrico pode fazer por você.

Depois da subida veio a descida, e la embaixo o encontro com a ciclovia dobrando a direita no primeiro semáforo. Mais algumas centenas de metros e eu estava em casa. Ainda sobrou um pouco de bateria para fazer umas manobras e gravar o pequeno vídeo que vocês podem ver no final do texto.

Resumo do teste:

A bateria de 170wh é boa, mas para ter mais tranquilidade no trajeto poderia ser maior. Foram 9km de um trajeto sinuoso para esgotá-la quase completamente.

Na questão do equilíbrio, ao mesmo tempo que este monociclo de roda dupla permite que você tenha mais estabilidade (consigo ficar em cima dele mesmo quase estando parado), em alguns trechos irregulares como um asfalto remendado a roda dupla incomoda um pouco, pois quando um dos pneus passa por um remendo e o outro passa por fora dele, o monociclo tende a te jogar para o lado mais baixo da irregularidade, o que pode fazer com que você seja jogado para dentro da pista contra um carro, por exemplo, se você não estiver atento. Isso é muitíssimo perigoso, foi sem dúvida minha maior dificuldade, o que me trouxe muita tensão durante boa parte do trajeto.

Em tempo: o Airwheel Q3, assim como outros monociclos, vem com uma cinta para auxiliar no aprendizado. Eu escolhi usar sempre esta cinta pelo seguinte: caso eu caia ou mesmo pule fora do monociclo para evitar o pior, ele pode acabar seguindo um trajeto sozinho direto oara baixo de um carro, o que seria um desastre! Então eu escolhi usar sempre a cinta para segurá-lo comigo em caso de quedas ou seja lá o que acontecer.

Sobre o desgaste físico: apesar de não ter transpirado uma gota, fiquei muito cansado pelo tempo que fiquei em pé (quase 1h de trajeto) e pela força que precisei fazer com as pernas para ter equilíbrio em trechos irregulares.

- O motor é realmente incrível. Tem um torque impressionante e mostrou isso ao superar as subidas e segurar bem nas descidas (o freio nada mais é do que acelerar no sentido contrário). É possível frear com segurança e parar imediatamente. O limitador de velocidade é essencial para você se manter em uma velocidade segura (12 a 15km por hora).

Enfim, só tenho elogios a fazer ao Airwheel Q3. Mas tenho que reconhecer as limitações para seu uso. Depois desta experiência, considero ele im veículo para cumprir no máximo 5km de distância de forma relativamente confortável, de preferência longe dos carros! Para um percurso destes, sua bateria está de bom tamanho. Você pode andar com ele em terrenos irregulares, mas o melhor mesmo é andar por uma boa ciclovia, como as que temos em Campo Bom ou por boas calçadas. Andar na rua perto dos carros requer 100x mais atenção, pois um breve descuido e um carro pode passar por cima de você. Para os que buscam uma equivalência de experiência de uso, andar num monociclo elétrico é muito mais difícil do que andar numa bike. Na bike você tem muito mais controle da situação. Andar de monociclo requer "humildade constante", é preciso sempre lembrar que você tem sérias limitações e não tem todo o controle da situação, por mais que suas habilidades lhes digam o contrário. Apesar de a roda dupla ter me causado insegurança em terrenos irregulares, ainda assim prefiro este do que o monociclo de fato (com uma roda só), pelo fato de conseguir ficar sobre ele mesmo estando quase totalmente parado.

Esqueci de falar sobre o peso do Airwheel Q3, ele pesa 14kg! Nem pense em carregá-lo por mais do que 10 metros com você!


Espero ter ajudado aqueles que assim como eu pensam em adquirir um monociclo. Aqui em Campo Bom ele é o meio de transporte quase perfeito devido às ciclovias que temos aqui. Em novo hamburgo eu andei bastante em ruas mais calmas, mas o prudente mesmo é ir pelas calçadas!

Se alguém adquirir um monociclo destes, por favor deixe seus comentários sobre sua experiência com ele!


sexta-feira, 4 de março de 2016

Meu Airwheel Q3

De um tempo para cá, meu interesse nos monociclos elétricos só aumentou. Me interessei tanto que comprei um Airwheel Q3. Eu já disse em posts anteriores que a Airwheel é uma das fabricantes de monociclos que mais tem se destacado no momento. É provavelmente a que mais vende estes veículos elétricos no Brasil. Por isso resolvi comprar um desta marca, mais especificamente este modelo, o Q3.

O Airwheel Q3 na verdade não é um monociclo, é um "duociclo" elétrico. Possui 2 rodas, uma ao lado da outra, o que torna muito mais fácil obter o equilíbrio sobre ele, como você pode ver no vídeo abaixo.


Airwheel Q3


Eu havia testado um Monociclo (de fato, com 1 roda só) da marca IPS, que estava sendo vendido em São Leopoldo, e achei muito dificil me equilibrar nele. Acredito que com um pouco mais de prática eu conseguiria, mas resolvi não correr riscos e optei por comprar este modelo da Airwheel com 2 rodas.

Logo que ele chegou hoje pela manhã lá em casa, eu o abri e testei para verificar se tudo estava certo. O que posso dizer é que andar nele é viciante! O Airwheel Q3 tem um potente motor elétrico (800 Watts). Este modelo que comprei tem uma bateria de 170Wh, o que acredito ser suficiente para andar uns bons 10km nas ciclovias aqui de Campo Bom, encarando um pouco de aclives e declives. Ele possui 4 luzes de led para indicar o nível da bateria. Infelizmente não só apenas nas subidas, mas nas descidas também o gasto de bateria aumenta, pois você precisa frear, e o freio no monociclo nada mais é do que forçar o motor no sentido contrário.

O que posso dizer é que o Airwheel Q3 me surpreendeu pela robustez, pela qualidade, pela força e pela facilidade de obter o equilíbrio sobre ele. Em 10 minutos de tentativas já estava me sentindo como se tivesse nascido sobre um desses. 

O que posso dizer é que esse "brinquedo" tem tudo para se tornar um meio de transporte alternativo. O preço é um pouco proibitivo, mas isso é uma questão de tempo para mudar. 

Assim que possível postarei mais fotos e vídeos.

Meu Airwheel Q3.