Se você acompanha o noticiário (por mais superficial que seja este acompanhamento), já deve ter percebido a onda de insegurança que invadiu o Brasil de uns tempos para cá. Eu desde sempre tive uma péssima impressão do nosso país no tocante a segurança, agora então, nem se fala. Considerando a situação atual, como tenho eu coragem de sair por aí andando com meu nada convencional/discreto meio de transporte?
Sim, eu sempre tive um certo receio de andar nas ruas, mesmo tratando-se das ruas desta cidade que eu gosto tanto (Campo Bom/RS). Aliás, se você gosta de cidades com cara de interior, mas com vida própria e uma economia dinâmica, recomendo que conheça esta cidade, ela é sem dúvida uma exceção em meio a tantas outras cidades-lixo que temos aqui no RS.
A questão é, como eu disse, sempre tive certa insegurança para andar com o monociclo nas ruas, devido ao trânsito, e (principalmente) pelo medo de ser assaltado. Porém em um dado momento eu tive que tomar uma decisão: ou eu ficaria em casa e me esconderia, deixando de aproveitar a vida e a maravilhosa sensação de andar em um monociclo; ou eu assumiria o risco, me divertiria enquanto fosse possível, e aproveitaria todos os benefícios que o monociclo pode me trazer. Obviamente escolhi a segunda opção, e por enquanto não me arrependo.
Nas ruas com o meu saudoso Q3. O risco vale cada centavo.
É claro que o risco sempre existe. Nada impede que um maluco desesperado tente te assaltar, mas isso pode acontecer com você estando de monociclo, de bicicleta ou a pé. Além disso, eu penso o seguinte: quem sai às ruas para assaltar está sempre em busca de:
1) dinheiro;
2) itens de fácil revenda/troca por droga (bicicletas, relógios, smartphones, etc);
3) itens que possam ser desmontados e suas partes possam ser aproveitadas/vendidas (automóveis).
4) itens dos quais os meliantes possam tirar algum proveito temporário (automóveis, motocicletas, armas, etc., para praticarem novos assaltos).
5) itens que sejam fáceis de carregar, especialmente se o assaltante te abordar a pé ou em uma motocicleta.
Obviamente o monociclo elétrico não se encaixa em nenhum destes pontos. Vejamos:
1) não é dinheiro;
2) difícil revenda (quem quer vender um monociclo usado sabe bem a dificuldade de vendê-lo, ainda mais se não tiver procedência);
3) não se pode aproveitar suas partes para praticamente nada;
4) quem o rouba saberia sequer andar nele, ou seja, sequer poderia utilizá-lo para se divertir um pouco.
5) Um monociclo é muito difícil de transportar, ainda mais para quem não sabe andar em um.
Conclusão: não será o monociclo que aumentará as chances de você ser assaltado, acho até que as chances de isso ocorrer diminuem se você estiver andando nele. Pense bem: o bandido provavelmente ficará tão boquiaberto e fascinado com alguém se equilibrando sobre uma roda, que é bem provável que ele deixe essa pessoa seguir seu rumo. Além disso, assaltar alguém de monociclo pode ser algo que chame muito a atenção das pessoas, e disso os meliantes não gostam.
Como eu disse acima, o risco sempre vai existir, porém se deixarmos de fazer tudo aquilo que envolve algum risco, vamos ter que literalmente parar de viver. De qualquer forma, é sempre bom ter bastante atenção e evitar situações de risco excessivo (andar a noite, próximo a locais sabidamente perigosos, etc.). Cabe a cada um de nós avaliar até onde vale a pena levar seu monociclo para passear.